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Os novos caminhos do varejo (Parte 2)

Luiz Goes

O varejo de forma geral talvez seja hoje em dia, no mundo, o setor econômico que mais se destaca em termos de mudanças. É lógico que a indústria, assim como a agropecuária, se mostra também em forte processo de mutação apropriando-se de novas tecnologias e processos de produção, mas é preciso reconhecer que o varejo assumiu o protagonismo, algo que a Pandemia apenas acentuou.

Na Parte 1 deste artigo tratamos sobre as mudanças históricas mudanças do setor varejista assumindo o protagonismo na cadeia de consumo. Também abordamos o sucesso de alguns IPO´s realizados por redes varejistas.

 

O SUCESSO DOS IPO´s e M&A´s NO SETOR

 

O final dos anos 2010 e começo dos anos 2020 foi marcado por diversos IPO de empresas varejistas, bem como movimentos de aquisição no setor.

Em termos de IPO´s, a histórica taxa SELIC alcançada em neste período, que chegou a 2% ao ano em 2020 ajudou a deflagrar uma série de aberturas de capital de empresas de varejo, podendo ser citadas dentre várias: Quero-Quero, Petz, Pague Menos, Pernambucanas, Tok@Stock, Track&Field e Grupo Mateus. Outras já anunciaram suas intenções, tais como Kalunga, Le Biscuit e Havan.

Agora em 2021 aconteceu o IPO do Assaí que se desvincula do Grupo Pão de Açúcar. As ações do Atacarejo subiram espantosos 385% no primeiro dia após a estreia na Bolsa. Um mês depois a variação foi de apenas 0,5% para baixo.

As ações da Petz foram vendidas inicialmente por R$ 13,75 em setembro de 2020. No final de março de 2021 já valiam R$ R$ 19,45, representando uma variação positiva de 41% em 7 meses.

Uma das aberturas de capital mais inesperadas foi a do maranhense Grupo Mateus (Super, Hiper e Atacado) que arrecadou a maior oferta pública no Brasil equivalente e R$ 4,6 Bi. A performance das ações tem oscilado um pouco, mas os resultados seguem muito bons, o que devem impulsioná-las ainda mais.

Da mesma forma e com apetite, o varejo vem desenvolvendo processos de M&A que vão desde a compra do Big (Ex-Walmart) pelo Carrefour em março de 2021, passando pela união de Arezzo e Reserva em 2020 e chegando, principalmente, na aquisição de startups pelos grupos varejistas, sendo algumas correlatas com sua área de atuação e outras nem sempre.

O Magazine Luiza, por exemplo, comprou recentemente AiQFome - plataforma de delivery de restaurantes, Estante Virtual – venda de livros usados e a Escola de Marketing Digital ComSchool.

O Pão de Açúcar, por sua vez, também adquiriu ou desenvolveu em parceria nos últimos anos algumas empresas e dentre elas: Em 2019, ChefTime - Foodtech focada em entrega de kits gastronômicos, Stix Fidelidade em conjunto com Raia Drogasil e focada em programas de fidelidade e em 2018 a plataforma multisserviço James de encomenda e entrega.

Mais recentemente, não foi uma compra, mas sim uma parceria estratégica, a Petz anunciou sua aliança com a startup uruguaia Nocnoc para oferecer em seu e-commerce, um Market Place de produtos Pet importados, incorporando o conceito do cross border, ou seja, o fim de barreiras geográficas para a compra de produtos.

A Raia Drogasil, adquiriu a startup Manipulaê e passou a oferecer em seu site, a manipulação de remédios, algo que não constava em seu portifólio de produtos.

Em dezembro de 2020 a Leroy Merlin e a Danone propuseram um desafio a startups e a vencedora foi a YouGreen que será acelerada pela WaM (Worth a Million) e que coletará plásticos de embalagens da Danone, que serão transformados em containeres a serem comercializados nas Lojas da Leroy Merlin.

 

FUTURO DAS AÇÕES NO VAREJO

São inúmeros os exemplos de empresas de varejo buscando soluções que lhes permitam solucionar seus problemas ou então partir para novas áreas de atuação que lhes possam ser rentáveis e trazer resultados aos seus stakeholders. Esta é uma situação que certamente não vai ficar por aqui e deve, inclusive, se intensificar no futuro com o setor varejista protagonizando ações e se apropriando da posição que assumiu na cadeia de consumo. Deveremos assistir a inúmeras aberturas de capital, compra e venda de empresas tradicionais e startups, além do desenvolvimento e criação de novos negócios. É de se esperar também que muitos destes acontecimentos extrapolem as fronteiras Rio-São Paulo e se foquem nos inúmeros varejistas regionais de alta performance que existem espalhados pelo país atuando em segmentos diversos, que vão da moda aos materiais de construção, de alimentos a farmácias.

Muitas destas empresas precisarão ser apoiadas nas suas ações em busca de bons negócios, sejam estes quais forem e a Wave, uma empresa focada no Circular Business e seguindo a sua atuação em rede tem toda a condição de apoiá-las, contando para isso com a experiência acumulada de seus Business Partners e com os diversos projetos desenvolvidos, sejam estes de apoio estratégico, ou então de Fusões e Aquisições, ou mesmo de busca de investidores.

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