Chame como quiser: novos tempos, novo normal, pós pandemia, a verdade é que, começamos a sentir este momento futuro cada vez mais perto, especialmente quando começam a chegar as notícias positivas sobre a efetividade de vacinas que estão sendo pesquisadas no mundo e quando algumas curvas que refletem o avanço do Corona vírus começam a arrefecer.
O que não podemos deixar de considerar é que a profusão de mudanças de pensamentos, de conceitos, de comportamentos, de atitudes e de crenças, trazidas pelo período pandêmico deixarão cicatrizes profundas nos seres, nos governos, nos países, nos negócios, enfim em tudo o que tangencia a vida humana. Estas cicatrizes farão com que muitas convicções sejam revisitadas e muita opiniões sejam redefinidas, sendo certo que cada vez menos haverá razão para se tomar qualquer tipo de atitude sem um mínimo de avaliação de seus efeitos diretos e indiretos, assim como os gastos e despesas deverão ser mais e mais justificados, considerando especialmente que as receitas podem cessar a qualquer momento e repentinamente, como jamais pensado anteriormente.
Um dos aspectos que será mais relevante para as empresas, sejam estas produtoras de bens ou prestadoras de serviços, será o seu posicionamento, ou seja, cada vez menos espaço para se vender de tudo a qualquer um. É certo que boa parte das empresas, especialmente as de maior porte já se preocupavam com isso há muito tempo e este também é um tema que vinha tomando relevância mesmo antes da pandemia, obrigando algumas empresas a selecionarem o que vender a quais clientes, sejam estes outras empresas ou consumidores finais. O aspecto principal que começava a levar estas empresas a se preocuparem com o posicionamento de seus produtos e serviços era o poder de informação dos clientes, bem como a remuneração de investimentos, cada vez mais sob a égide de critérios rígidos tendo em vista que os tradicionais objetos de aporte mostravam ganhos cada vez menores, não satisfazendo o apetite dos stakeholders financeiros de empresas e corporações. Os fundos de investimento já não se saciavam com a remuneração proveniente do mercado financeiro apenas e já partiam para direcionar seu dinheiro para negócios que pudessem significar maior rentabilidade.
Saber selecionar e definir quais produtos e serviços vai oferecer, assim como saber com clareza quem são os clientes e seus perfis que irão consumi-los passa a ser para a grande maioria das empresas, algo fundamental e que pode definir se continuam sobrevivendo, ou se irão passar a vida respirando por aparelhos ou então se irão passar desta para melhor. Sobreviver à custa de medicamentos que podem sumir das prateleiras num piscar de olhos pode não ser mais uma opção às empresas de quaisquer matizes e portes, desde gigantes multinacionais, até a padaria ou a quitanda da esquina.
Por outro lado, saber definir o posicionamento de seus produtos, de suas linhas, de suas lojas, de seus canais de venda, de seus serviços pode ser relativamente fácil para uma empresa gigante com tradição neste sentido e com recursos disponíveis para isso, sejam humanos, sejam econômicos.
O que dizer então das médias e, principalmente, das pequenas empresas? Quer dizer que se não conseguirem se posicionar frente aos seus clientes, não sobreviverão? A resposta é sim. As mudanças comportamentais que são esperadas daqui para a frente não vão dar sobrevida a empresas despersonalizadas, mesmo porque os seus clientes ou potenciais clientes assim irão determinar. Mas a pergunta que se segue é: mas fazer isto não custa muito dinheiro? E aí a resposta é sim, pode custar, mas existem formas de estruturar um posicionamento de maneira mais barata, consumindo, principalmente, do médio e especialmente do pequeno negócio algo que lhe é extremamente relevante, mas que pode ser ajustado, que é tempo. Os negócios precisarão gastar tempo na definição de seu posicionamento. Se não há recurso para uma pesquisa de mercado sofisticada, há de se conversar mais com os clientes, assim como com os não clientes. Se não há como contratar um serviço de levantamento de preços que irá mostrar o perfil de preço da concorrência, será preciso usar seus funcionários e quem sabe até mesmo parentes e amigos para buscarem estas respostas. Se não há recursos para divulgar-se a si como empresa e a seus produtos e serviços utilizando-se de sofisticadas plataformas de marketing digital, será preciso aprender a manejar as redes sociais a seu favor, quem sabe realizando cursos disponíveis no mercado por valores extremamente baixos. Se não há recurso para apoiar o relacionamento em softwares específicos de CRM, bem melhor será aprender a utilizar uma planilha e contabilizar o máximo de informação que puder sobre seus clientes.
Enfim, sempre haverá a possibilidade de buscar meios alternativos para realizar tarefas voltadas a viabilizar planos de ação voltadas ao posicionamento de uma empresa, porém não será mais aceitável não realizá-las de forma alguma.
Como sempre, existirão empresas e negócios que sobreviverão a tudo isso, até mesmo com sucesso, sem se posicionarem, assim como existem empresas de diversos portes que não trabalham com engenharia tributária, não se apoiam em softwares de ERP, não documentam suas ações e não ligam para planejamento e informação, mas certamente será um número cada vez menor. Daqui para frente, as mudanças serão fortes e deixarão menos espaço para o amadorismo.
Muito o que fazer e muito com o que se preocupar. O importante é perceber que quanto antes as empresas assumirem os seus novos normais, seus novos tempos, seus tempos pós pandêmicos, seja lá o que for, tanto melhor se estruturarão para o futuro. Sempre valerá a máxima: os que largarem na frente terão muito mais chances de sucesso e de sobrevivência. Desta vez acreditamos que esta máxima tem um agravante, de que o número de primeiros será cada vez mais limitado.
Portanto, mãos à obra, independentemente do que você tem em mãos para assumir um posicionamento.
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